Lucro, risco e terror: Os escravizados do ouro em Minas Gerais (Brasil) do ponto de vista da Corte em Lisboa (1725-1750)
DOI:
https://doi.org/10.22370/syt.2025.11.4749Palabras clave:
História Colonial; História Económica do Brasil; Instituições; Corte; Cultura PolíticaResumen
O ouro do Brasil ocupa um lugar de destaque na historiografia sobre o desenvolvimento económico moderno. Mas as análises de produção do ouro não consideram o problema da fiscalidade. O ouro representou um grave problema fiscal – ligado ao défice de representação dos povos – e à pressão e intimidação militar das potências emergentes: Inglaterra, França e Países Baixos, estabelecendo relações predatórias com a economia e as elites políticas e comerciais em Lisboa e no Rio de Janeiro e Minas Gerais nas primeiras décadas do século XVIII. Os ministros em Lisboa viram a entrada de metais preciosos como a única forma de manter as colónias ameaçadas pela falta de dinheiro ou por taxas de juro demasiado elevadas. O ouro ganhou enorme preponderância por permitir intensificar relações com um outro grande continente em crescimento acelerado, o tal mercado glorioso: a América do Sul. Mas nem Hume, nem Smith tiveram em conta como a produção de ouro dependia de uma complicada maquinaria fiscal e política, no centro da qual estava o escravizado.
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